Ações da Raízen caem após prejuízo bilionário no terceiro trimestre da safra 2024/25
As ações da Raízen, uma das maiores empresas do agronegócio brasileiro nos setores de açúcar, etanol e combustíveis, registraram forte queda no pregão desta segunda-feira (17/2) na B3.

O recuo ocorre após a divulgação do balanço do terceiro trimestre da safra 2024/25, que revelou um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões entre outubro e dezembro, revertendo o lucro de R$ 793,3 milhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado de nove meses, as perdas somaram R$ 1,66 bilhão, contrastando com o lucro de R$ 1,49 bilhão registrado entre abril e dezembro de 2023.
Além do prejuízo, o Ebitda da companhia caiu 20,5%, atingindo R$ 3,1 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 14,3%, chegando a R$ 66,8 bilhões. O endividamento líquido da empresa também aumentou, avançando 22,5% no acumulado de nove meses e totalizando R$ 38,59 bilhões. Segundo a Raízen, esse crescimento na dívida está atrelado à sazonalidade da safra, que exige maior consumo de capital de giro, além de uma menor geração de caixa operacional e investimentos mais altos.
Analistas do BTG destacam que os impactos dos incêndios florestais sobre a produção e os custos operacionais já indicavam que os resultados seriam pressionados. Além disso, a performance do segmento de distribuição de combustíveis (downstream) também não trouxe um alívio significativo para os números da empresa. A reação do mercado reflete a preocupação dos investidores com a deterioração das margens e o aumento da dívida em um cenário desafiador para o setor.