, de de

Caso de disputa por guarda de bebê reborn viraliza e levanta debate sobre limites emocionais e jurídicos

Um caso inusitado viralizou nas redes sociais após a advogada Suzana Ferreira relatar ter sido procurada por uma mulher que desejava entrar com ação judicial para garantir a guarda de uma boneca bebê reborn após o fim de um relacionamento.

Segundo Suzana, a cliente alegava que havia constituído uma família com o ex-companheiro e que a boneca, altamente realista e tratada como filha, fazia parte central dessa construção. Com a separação, o ex-parceiro teria insistido em continuar convivendo com a “criança”, o que gerou um conflito emocional e motivou a tentativa de judicializar a posse da boneca.


A cliente argumentou que outra boneca não seria suficiente, dada a conexão afetiva estabelecida com a bebê reborn em questão. Ela ainda afirmou ter arcado com todos os custos da boneca, incluindo um enxoval completo, e considerava injusto que o ex-companheiro não tivesse colaborado financeiramente, mas ainda assim exigisse a guarda da “filha”. “Ela achava justo a divisão dos custos, porque a bebê reborn foi muito cara, obviamente”, contou Suzana. Apesar da insistência, a advogada recusou o caso, explicando que não há respaldo legal para regulamentar a guarda de um objeto inanimado, mesmo que envolto em laços afetivos. A negativa gerou revolta na cliente, que acusou a advogada de “intolerância materna”.


O episódio reacendeu discussões sobre os limites emocionais e psicológicos no uso das bonecas reborn. A psicóloga consultada explicou que, embora seja comum o uso das bonecas como recurso terapêutico em casos de luto ou apoio emocional, há o risco da fixação quando a boneca passa a substituir permanentemente uma realidade que não pode ser vivida. Segundo ela, o caso exemplifica como vínculos simbólicos podem ultrapassar o campo da fantasia e gerar demandas incompatíveis com a lógica do Direito.