Comurg exonera 400 comissionados e projeta economia de R$ 3 milhões mensais
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) anunciou a exoneração de mais de 400 servidores comissionados, com a expectativa de economizar R$ 3 milhões mensais na folha de pagamento.
Essa medida integra um plano de reestruturação que busca reduzir R$ 12 milhões nos gastos com pessoal e outros custos operacionais da empresa pública. Atualmente, a Comurg conta com 800 cargos de livre indicação, e a meta é extinguir 95% dessas funções, o que deve ser viabilizado por mudanças no estatuto e no organograma da companhia. Além disso, já estão em vigor cortes de horas extras e a suspensão do pagamento de gratificações, medidas determinadas pelo presidente da empresa.
Apesar do esforço para reduzir despesas, a Comurg enfrenta polêmicas relacionadas a supersalários de servidores. Segundo um levantamento da TV Anhanguera, funcionários com vencimentos básicos equivalentes a um salário mínimo chegaram a receber valores significativamente mais altos em novembro de 2024. Exemplos incluem um servente de obras que recebeu R$ 18 mil e um coletor de resíduos com remuneração de R$ 17,3 mil. Casos ainda mais extremos apontam para pagamentos de até R$ 50 mil a trabalhadores de limpeza urbana e mais de R$ 60 mil a assessores administrativos, valores que superam o teto constitucional e até mesmo o salário do prefeito de Goiânia.
Em resposta às denúncias, o ex-prefeito Rogério Cruz afirmou que os valores elevados decorrem de direitos adquiridos por servidores ao longo de décadas de vínculo empregatício, com contratos que variam de 16 a 45 anos. A nova gestão da Comurg, no entanto, reforça que as exonerações e a revisão de benefícios são essenciais para equilibrar as contas da companhia e evitar o comprometimento financeiro a longo prazo. As mudanças estatutárias ainda dependem de aprovação do conselho de administração, enquanto a empresa busca recuperar sua sustentabilidade e eficiência operacional.