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Descoberto crânio de anfíbio gigante do período triássico no RS, mais antigo que dinossauros

Fóssil revela nova espécie, Kwatisuchus rosai, e oferece insights sobre ecossistema pré-histórico

Um achado paleontológico inédito está agitando as pesquisas no Brasil, conforme o Laboratório de Paleobiologia do Campus São Gabriel da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) revela a descoberta de um crânio de anfíbio gigante, datado do período Triássico, anterior à era dos dinossauros. O fóssil, batizado de Kwatisuchus rosai, foi encontrado em uma fazenda na área rural de Rosário do Sul, no interior do Rio Grande do Sul.


Após meses de pesquisa, os cientistas finalmente divulgaram a descoberta na última sexta-feira (19). O crânio, datado de aproximadamente 250 milhões de anos, oferece uma visão fascinante do ecossistema que se recuperava da "maior extinção em massa da história", como destaca Felipe Pinheiro, coordenador da pesquisa e paleontólogo da Unipampa.


A nova espécie, Kwatisuchus rosai, recebe seu nome a partir do termo Tupi "kwati", referindo-se a um focinho comprido, e "rosai", em homenagem ao paleontólogo Átila Stock Da-Rosa, pioneiro na localização de sítios fossilíferos desta idade.


Os pesquisadores destacam que, apesar do tamanho considerável para os padrões atuais, com aproximadamente 1,5 metros, o Kwatisuchus é classificado como um temnospôndilo de médio porte, pertencente a um grupo de animais carnívoros adaptados a ambientes aquáticos e terrestres.


O achado surpreende não apenas pela sua singularidade, mas também pela conexão inesperada com parentes próximos encontrados na Rússia. Arielli Machado, ecóloga e paleontóloga da Unipampa, em colaboração com a Universidade de Harvard, ressalta que durante o período Triássico, os continentes estavam unidos no supercontinente Pangeia, diminuindo a distância entre o Brasil e a Rússia. No entanto, as barreiras existentes tornam a presença desses parentes distantes ainda mais intrigante.


O estudo, apoiado por um financiamento de pesquisa Lemann-Brasil concedido à professora de Harvard, Stephanie Pierce, em colaboração com Felipe Pinheiro e Tiago Simões, foi publicado na revista científica especializada The Anatomical Record. Essa descoberta promete abrir novos caminhos para compreender as interconexões entre os ecossistemas pré-históricos e as adaptações dos animais em resposta às mudanças ambientais ao longo do tempo.


Com informações da CNN *