Kim Kataguiri cobra explicações do governo sobre Rede Minerva e monitoramento de opositores
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou, nesta segunda-feira (9), um requerimento de informação ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) solicitando cópias integrais de todos os relatórios e produtos gerados pela Rede Minerva, projeto conduzido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), vinculado à pasta.

Com orçamento de R$ 54,1 milhões, a rede tem sido alvo de críticas por produzir relatórios que analisam postagens de influenciadores digitais e parlamentares de oposição ao governo, entre eles os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Carlos Jordy (PL-RJ), conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a apuração, os documentos produzidos pela Rede Minerva — entre eles o chamado Boletim Baobá, que não é de acesso público — incluem o monitoramento de discursos desfavoráveis ao governo federal, bem como de postagens de parlamentares da base. Os recursos para o projeto são provenientes do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (R$ 42 milhões), ligado ao Ministério da Justiça, e do Ministério da Saúde (R$ 12,1 milhões). A atuação da rede tem levantado questionamentos quanto à imparcialidade do monitoramento e à finalidade dos dados coletados, especialmente diante da crescente força de parlamentares de direita nas redes sociais, como Nikolas Ferreira (PL-MG), que vem liderando o debate digital com forte apelo entre o eleitorado.
No documento, Kataguiri exige transparência sobre a origem e aplicação dos recursos, critérios de seleção dos bolsistas envolvidos e os métodos de fiscalização utilizados no projeto. O parlamentar também questiona se houve direcionamento ideológico nas análises feitas pela rede e cobra explicações sobre a legalidade e a finalidade de eventuais monitoramentos de perfis políticos.