Psicóloga explica o comportamento de eleitores da esquerda e direita
Jussara Budniak explica que pesquisas apontam aspectos psicológicos e biológicos das vertentes políticas

do com a formação de grupos (direita e esquerda) que se protegem entre si e atacam o outro.
Na segunda fonte está a moralidade e emoções, que está vinculada à justiça. Jussara explica que este é o conceito de “eu ganho o que eu mereço ganhar”, dentro da ideia de que recompensas surgem a partir de trabalho duro e esforço, que contrapõe, por exemplo, propostas de governo que ajudam financeiramente os cidadãos mais pobres.
O terceiro é o sentimento de pertencimento. As pessoas tendem a buscar por grupos com os quais se identifiquem na maioria ou em todos os aspectos: religião, cultura, raça, etnia, time de futebol, relacionamentos, política e outros. Assim, uma vez que os valores de direita e esquerda são opostos, é natural que os membros não se misturem e tendam a entrar em conflito.
Já a quarta fonte está ligada a respeito, ordem e autoridade. Jussara explica que a sociedade contemporânea necessita de um grau de regras, que pode levar ao núcleo da hierarquia e do respeito. Membros da direita estão diretamente atrelados a essa fonte, enquanto a esquerda tende a questionar a autoridade, buscando respeito.
E a última se refere a virtude que está ligado a tabus. “Isso é bom e isso é ruim; isso é certo e isso é errado”. Sendo assim, cada um dos lados possui sua visão do que é a verdadeira moral, apresentando dificuldade em aceitar o ponto do outro, uma vez que não conseguem conviver em harmonia e tentam moldar a sociedade conforme o que considera correto.
São todos aspectos psicológicos que regem a mente de pessoas tanto da direita quanto da esquerda política.
Segundo Jussara, estudos ainda comprovaram que membros da direita, por questões biológicas da química cerebral, tendem a sentir mais medo e assim buscar por mais proteção. Enquanto a esquerda pode ser descrita como mais relaxada em relação a temores. “Isso é natural, as pessoas nascem assim”, diz a psicóloga.
Por fim, a profissional aponta que, obviamente, em cenários políticos extremos como o atual, alguém de esquerda pode escolher votar na direita (ou o contrário), porém isso não anula o psique ou o biológico do indivíduo, pois está muito mais atrelado a sua interpretação social do mundo naquele momento.
Conclui-se que, apesar de serem grupos com ideais opostos, que desde o princípio estiveram em posição de rivalidade, os membros podem estar condicionados a questões muito maiores que a escolha de apoiar um lado ou outro. Sendo assim, o respeito deve ser garantido a ambos, evitando assim comportamentos extremistas ou atitudes violentas.