Preço dos ovos deve se normalizar nos próximos meses, diz especialista goiano
Após um período de alta significativa no preço dos ovos, a expectativa é de que o mercado comece a se reequilibrar nos próximos meses.

De acordo com o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), Marcos Café, a normalização ocorrerá com a estabilização da produção e a redução da demanda sazonal. Atualmente, Goiás se destaca como um dos principais produtores do país, com uma produção diária de aproximadamente 6,6 milhões de ovos. No entanto, diversos fatores contribuíram para a recente valorização do produto, como o aumento das exportações, a crise enfrentada pelos produtores no último ano e o impacto da forte onda de calor, que reduziu a produtividade das aves.
Além da menor oferta interna, a alta dos preços também foi impulsionada pelo encarecimento da carne bovina, que levou muitos consumidores a buscarem alternativas mais acessíveis, como ovos e frango. Esse movimento coincidiu com o período da Quaresma, quando o consumo de ovos já costuma aumentar, intensificando ainda mais a pressão sobre os preços. No cenário internacional, surtos de gripe aviária em países como os Estados Unidos aumentaram a demanda por ovos brasileiros, tornando a exportação mais atrativa para os produtores e reduzindo a oferta disponível no mercado interno. “Mesmo que o volume exportado não seja tão expressivo, ele influencia no preço final, pois o Brasil se tornou um fornecedor estratégico para outros mercados”, explicou o especialista.
Apesar do impacto desses fatores, a tendência é de que os preços se normalizem ao longo do ano, à medida que os produtores aumentam o alojamento de novas aves. No entanto, esse processo leva tempo, já que uma poedeira demora cerca de quatro a cinco meses para atingir a fase de postura. “O setor de avicultura é altamente influenciado pela lei da oferta e demanda. No ano passado, o preço do ovo não cobria os custos de produção, mas agora o mercado está se ajustando. Com a recuperação gradual da produção, os preços devem cair novamente nos próximos meses”, afirmou Marcos Café. Dessa forma, o consumidor pode esperar um alívio nos valores ao longo do segundo semestre, trazendo maior estabilidade ao setor e ao bolso dos brasileiros.