Justiça decreta falência da Eletrosom após mais de 40 anos de atuação no varejo

A empresa, que chegou a ter presença nacional com 240 lojas e cerca de 3 mil funcionários, teve sua última unidade encerrada em Monte Carmelo (MG), cidade onde tudo começou. O processo foi confirmado pelo escritório MADGAV, que representa credores, e marca o fim de uma trajetória marcada por crescimento acelerado e, nos últimos anos, dificuldades financeiras insustentáveis. Desde 2015, a empresa já enfrentava recuperação judicial, tentando reestruturar dívidas superiores a R$ 200 milhões, mas sem sucesso.

A falência foi decretada após o não cumprimento das obrigações financeiras acumuladas ao longo dos anos, agravadas por um novo pedido de recuperação judicial feito em 2023. Apesar das tentativas de renegociação e das mudanças operacionais, a varejista perdeu capital, poder de mercado e fôlego diante do avanço do comércio digital e da crise econômica que atingiu em cheio o setor varejista tradicional. Com isso, todas as lojas físicas foram fechadas e os colaboradores desligados, encerrando de vez a operação da empresa que, por anos, ofereceu móveis, eletrodomésticos e eletrônicos em diversas modalidades de pagamento, facilitando o acesso ao consumo em regiões urbanas e interioranas.

O caso da Eletrosom não é isolado. Dados da consultoria RGF revelam um crescimento expressivo no número de empresas que recorrem à recuperação judicial para evitar a falência. Entre o segundo e terceiro trimestres de 2024, por exemplo, o número saltou de 4.223 para 4.408 companhias nessa condição. Esse aumento reflete o impacto das altas taxas de juros, da redução do poder de compra e da transformação digital sobre negócios que não conseguiram se adaptar à nova realidade do mercado. A história da Eletrosom serve de alerta sobre a importância de inovação e gestão financeira sólida para a sobrevivência no competitivo setor varejista brasileiro.