Associação em Jataí nega ser grupo paramilitar após ação do MP pela sua dissolução
A Associação Brasileira dos Defensores do Cerrado (ABDC), sediada em Jataí, nega ser um grupo paramilitar, como aponta o Ministério Público de Goiás (MPGO) em ação civil pública que pede sua dissolução.

Em nota, a entidade afirma ser uma ONG sem fins lucrativos, com estatuto registrado em cartório desde março de 2023, e ressalta que atua dentro da legalidade. A associação garante que nenhum de seus voluntários faz uso ou posse de armas de fogo, airgun ou airsoft e que seus integrantes nunca se passaram por policiais ou servidores públicos. O único caso isolado, segundo a ABDC, envolveu um ex-voluntário que foi desligado por conduta inadequada.
O MPGO, no entanto, afirma que a entidade se organiza nos moldes de um grupo paramilitar, com estrutura baseada em hierarquia, disciplina e obediência, além de utilizar fardas, coturnos e insígnias semelhantes às militares. A ação foi motivada após a abordagem de um homem pela Guarda Civil, que portava arma de fogo, distintivo e documentos que o identificavam como autoridade eclesiástica e integrante da Guarda Ambiental Sentinelas do Cerrado, entidade ligada à ABDC. O suspeito foi detido na ocasião, e a promotoria aponta que o caso reforça indícios de que a ONG funcionaria como uma organização paralela às forças de segurança oficiais.
Em resposta, a ABDC afirmou que desconhecia a abordagem citada pelo MP e que o indivíduo já havia sido afastado há mais de um ano. A associação destacou que, além de atuar em defesa do meio ambiente, mantém um departamento de assistência social voltado à doação de alimentos e cestas básicas para famílias carentes. A entidade também se colocou à disposição do Ministério Público e do Judiciário para prestar esclarecimentos e apresentar documentação que comprove sua legalidade e atuação dentro das normas vigentes.