Aumento de Casos de Procedimentos Estéticos Ilegais Em Goiás Levanta Alerta para a Saúde Pública

Desde 2023, pelo menos dez episódios de grande repercussão foram registrados, culminando em investigações policiais. Em dois casos, ocorridos no segundo semestre de 2024, mulheres faleceram após se submeterem a aplicações de diferentes produtos, levantando ainda mais preocupações sobre a segurança desses procedimentos. Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelam que, entre 2018 e 2023, os serviços de estética e embelezamento foram os mais denunciados no país, com 61,3% das queixas relacionadas a esses serviços em 2023.

Uma das características mais alarmantes dos casos verificados em Goiás foi a atuação de indivíduos sem habilitação profissional, que se passavam por especialistas qualificados. Além disso, muitas das clínicas envolvidas eram dirigidas por influenciadores digitais, que, com o apoio de suas redes sociais, atraíam grande público para os procedimentos. O uso de PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância considerada arriscada, também foi identificado em parte dos episódios. A combinação de práticas ilegais com a popularidade nas redes sociais tem gerado um ambiente perigoso para aqueles que buscam procedimentos estéticos, sem compreender totalmente os riscos envolvidos.

Karine Giselle Gouveia, proprietária de uma clínica fechada em 2024 devido à suspeita de realizar procedimentos malsucedidos, exemplifica esse cenário. Mesmo sem formação na área de estética, Karine acumulava quase 950 mil seguidores no Instagram, onde promovia seus serviços e rotinas de beleza. Embora sua defesa negue o uso de substâncias proibidas em sua clínica, o caso chamou a atenção para a vulnerabilidade dos consumidores e a falta de regulamentação eficaz. A situação em Goiás evidencia a necessidade urgente de fiscalização e conscientização para garantir a segurança dos serviços estéticos e proteger a saúde da população.