Construção da Plataforma Multimodal pode estar comprometida por questões judiciais
Após confusão entre um dos proprietários da terra e Prefeitura, ações estão paradas.

As obras da construção da Plataforma Multimodal foram paralisadas por meio de um despacho judicial, expedido pelo juiz Márcio Morrone Xavier, no fim da semana passada. De acordo com o despacho a Prefeitura deveria paralisar toda e qualquer ação na área e tem o prazo de 15 dias para se manifestar. A medida foi tomada por meio de uma ação movida por uma das proprietárias de parte da área, onde estão sendo feitas as obras.
A produtora rural Lilian Leão Lopes, contou ao Olha Goiás que desde o início há uma briga judicial pela área, que ela não quis vender a Prefeitura (são 18 hectares). Apesar disso o governo municipal tinha uma ordem de desapropriação (tem a posse da terra desde 22/01/2020) e com base nesse documento começou a trabalhar no lugar. Porém a situação se complicou quando a lavoura de milho de Lílian, foi praticamente destruída por máquinas da Prefeitura.
“Eu não quero vender nossa terra, é o que temos para sobreviver, mas a Prefeitura insiste e ainda de uma maneira muito estranha. Eu perdi em média 90% da plantação e o restante não dá para colher. As máquinas pararam de trabalhar no local quando o juiz Márcio Marrone Xavier emitiu um despacho solicitando a imediata retirada das máquinas no local, mas já fiquei com o prejuízo”, disse a produtora que administra a área, que é do pai dela. Em dos documentos de despejo rural, a oficial de justiça aponta que no local onde ocorria a desapropriação tinha lavoura de milho plantada.
Entenda o caso
De acordo com Lilian, a Prefeitura solicitou ano passado a desapropriação de sua terra, mas na ocasião afirmou que não poderia contar o motivo da compra do local. O processo estava em andamento e ela não fechou negócio de venda do local.
Em um dos episódios da possível negociação, ela conta que a mãe sofreu um acidente precisaram ficar um mês em Goiânia. Uma pessoa da Prefeitura foi até o hospital e solicitou os documentos, para fazer a apropriação da terra e Lilian alegou que não tinha condições de fazer a negociação, porque ela vive dessa terra e teria que plantar quando pudesse deixar o hospital.
"Quando voltei estava na época de plantar, eles queriam fazer uma troca, existe uma área que já é da prefeitura, são 43 alqueires, mas eu não podia fazer a troca, já que a terra era arrendada”, explicou.
De lá para cá a questão se arrasta na justiça.
Em nota, a prefeitura de Rio Verde disse que não dará nenhuma declaração sobre o assunto até que a situação seja resolvida na Justiça.