Dicas de salmoura para o preparo de pratos com peixe na Semana Santa
Ívina Castro | Colunista de Gastronomia

Estamos a um passo da Páscoa (passa rápido, né) e eu quero falar um pouco sobre o famoso e delicioso bacalhau, tão consagrado e requisitado na Semana Santa. Além disso, repassar dicas maravilhosas para vocês aproveitarem receitas com um delicioso preparo de peixe fazendo releituras ou trabalhando a criatividade!
A cultura do bacalhau é milenar. Existem registros no Século IX do processamento do bacalhau na Islândia e na Noruega no Século IX. Os vikings, aqueles navegadores guerreiros e conquistadores, são considerados os pioneiros na pesca da espécie “cod gadus morhua” e na adoção do processo de secagem do peixe ao ar livre. Lembrem-se, a temperatura média anual é baixa e os ventos são fortes na região Escandinava. Na secavam o peixe perdia até a quinta parte de seu peso e, assim, eram conservados para ser consumidos aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos oceanos.
O bacalhau não é um peixe, esse é um nome popular dado a várias espécies do gênero Gadus, além de peixes de outros grupos, principalmente quando salgados. É comum achar que bacalhau é o nome que se dá ao modo de preparo do peixe, mas o nome correto desse processo é salga.
A história do bacalhau aponta para o pioneirismo dos escandinavos, porém o reconhecido chef de cuisine francês Auguste Escoffier decretou: “devemos aos portugueses o reconhecimento por terem sido os primeiros a introduzir, na alimentação, este peixe precioso, universalmente conhecido e apreciado”.
O bacalhau foi uma revolução na alimentação, porque na época os alimentos estragavam pela precária conservação e tinham sua comercialização limitada, observem que a geladeira surgiu no século XX. O método de salgar e secar o alimento, além de garantir a sua perfeita conservação mantinha todos os nutrientes e apurava o paladar. A carne do bacalhau ainda facilitava a sua conservação salgada e seca, devido ao baixíssimo teor de gordura e à alta concentração de proteínas.
Os portugueses desembarcaram o hábito de comer bacalhau no Brasil já na época do descobrimento. Mas com a chegada da corte portuguesa, no início do século XIX, ocorreu uma difusão natural. Em 1843, a Noruega oficialmente exportou a primeira carga de bacalhau para o Brasil.
Os intelectuais da época, liderados por Machado de Assis, sempre aos domingos, reuniam-se em restaurantes do centro do Rio de Janeiro para degustar um autêntico “Bacalhau do Porto” e de lá pra cá muitos pratos foram recriados e nomeados com essa delícia, como o Bacalhau a Gomes de Sá, Bacalhau com Natas, entre outros.
Hoje vou apresentar uma ideia de salmoura para o preparo de uma deliciosa tilápia e você pode utilizar em vários peixes: de água de sal, água doce, brancos, bagres, como você quiser.
400g de tilápia;
1 colher de sobremesa de sal grosso;
500ml de água filtrada/mineral;
1 colher de sobremesa de pimenta preta em grãos;
1 colher de sobremesa de ervas finas ou frescas (opcional);
1 dente de alho laminado;
1 limão siciliano (suco de limão).
Você pode usar esse tempero para temperar absolutamente qualquer tipo de peixe como por exemplo a corvina, o bagre, o peixe espada, o dourado, a merluza, a tilápia, o cação, o peixe branco, o cascudo, o peixe de rio e o peixe de mar, enfim são tantos tipos de peixe que você pode temperar com essa receita.
Frito, cozido ou assado.
Lembrando que é apenas uma ideia de como você pode recriar o seu processo, se quiser conhecer mais dicas como essa, acompanhe a gente também no @comisebebisof lá no Instagram. Semana que vem trago mais dicas deliciosas e indicações para a Páscoa.
E segue a indicação da perfeição de um bacalhau feito pelas mãos da Chef Priscilla @culinaria.gourmetrv para você que quer conhecer mais sobre o “Bacalhau à Gomes de Sá”.