Empresária presa em Goiânia vendia remédios falsos para emagrecer e se promovia como “Rainha do Emagrecimento”
A Polícia Civil de Goiás revelou nesta semana a identidade de Ana Paula Ferreira e de seu marido, Geovanny Magalhães Ferreira, suspeitos de liderar um esquema de venda de medicamentos falsificados para emagrecimento.

A empresária, que se autointitulava “Rainha do Emagrecimento” nas redes sociais, divulgava os produtos com promessas de perda de peso rápida e natural, enquanto gerenciava um grupo com mais de 2 mil pessoas na internet. Segundo a polícia, dezenas de pacientes relataram efeitos colaterais após o consumo dos remédios, e pelo menos uma das vítimas precisou ser hospitalizada com complicações gastrointestinais graves. A divulgação das identidades do casal tem o objetivo de localizar novas vítimas e alertar a população sobre os riscos do consumo dos produtos divulgados por Ana Paula.
A prisão do casal ocorreu durante a “Operação Placebo”, deflagrada no dia 3 de abril, que resultou no fechamento de um laboratório clandestino que funcionava dentro da residência dos investigados em Goiânia. O espaço operava sem qualquer autorização da Vigilância Sanitária e foi denunciado após a empresária divulgar uma versão oral de um medicamento normalmente aplicado de forma subcutânea por empresas farmacêuticas reconhecidas. Em vídeos publicados nas redes, Ana Paula aparecia exibindo cápsulas coloridas, explicando protocolos de emagrecimento e mostrando supostos resultados com comparações de antes e depois. Em um dos vídeos mais polêmicos, ela afirma que engordou de propósito 26 quilos em dois meses para depois emagrecer 30 quilos com os próprios produtos, como forma de “provar” a eficácia do método.
A Polícia Civil alerta que os medicamentos eram produzidos sem qualquer respaldo técnico, colocavam em risco a saúde de quem os consumia e eram comercializados com base em publicidade enganosa e sensacionalista. O caso chama atenção pela influência que Ana Paula exercia nas redes, onde acumulava seguidores e vendia uma imagem de autoridade no segmento da estética e do emagrecimento. Agora, com os dois suspeitos presos e as investigações em andamento, a polícia segue recebendo relatos de pessoas que fizeram uso dos produtos, enquanto reforça a importância de não consumir medicamentos sem prescrição ou sem procedência comprovada. Para os investigadores, o impacto causado vai além da fraude comercial: trata-se de um grave caso de risco à saúde pública.