Início da primavera: equinócio marca a mudança de estação no hemisfério sul

A madrugada deste sábado, 23 de setembro, traz um evento astronômico de destaque: o início da primavera no hemisfério sul. Precisamente às 3h50 da manhã, ocorrerá o equinócio de primavera, momento em que o dia e a noite terão durações idênticas. Coincidentemente, no hemisfério norte, este horário marcará o início do equinócio de outono.

De acordo com informações do Observatório Nacional, as estações do ano são determinadas pela forma como os raios solares incidem nos hemisférios terrestres.

“Além da temperatura, um dos efeitos que evidenciam as estações é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo que o Sol fica acima do horizonte”, destacou o Observatório Nacional, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Essas mudanças sazonais são mais evidentes à medida que nos afastamos da linha do equador, uma fronteira imaginária que divide os dois hemisférios. Portanto, as características distintivas de cada estação são menos perceptíveis nas regiões próximas a essa linha.

“No início da primavera, os dias terão aproximadamente o mesmo comprimento das noites. No hemisfério sul, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites cada vez menores, até o maior dia do ano, que ocorre no início do verão, que neste ano será no dia 22 de dezembro”, explicou Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.

As diferentes estações do ano são uma consequência da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol.

“À medida que a Terra orbita o Sol, seu eixo inclinado sempre aponta na mesma direção e isso faz com que diferentes partes da Terra recebam os raios diretos do Sol”, esclareceu o Observatório.

Vale ressaltar que as datas dos solstícios e equinócios não permanecem fixas todos os anos. Em alguns anos, como o atual, o equinócio pode ocorrer em 23 de setembro, enquanto em outros anos pode ser no dia 22. Essas variações decorrem, em parte, do fato de que o período entre dois equinócios é ligeiramente menor que o ano sideral, que é o tempo necessário para a Terra completar uma órbita em torno do Sol.

“O nosso Calendário Gregoriano baseia-se no ano trópico e institui um ano bissexto em todos os anos divisíveis por quatro, exceto para séculos inteiros, que só são bissextos se forem múltiplos de 400. Isso faz com que o instante do início de uma estação seja próximo ao instante do início da mesma estação quatro anos antes ou quatro anos depois”, concluiu o Observatório.