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Pangeia Proxima: cientistas preveem novo supercontinente em 250 milhões de anos

Em um futuro distante, a Terra poderá voltar a ter um único continente, segundo projeções de pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, publicadas na prestigiada revista Nature.

O novo supercontinente foi batizado de Pangeia Proxima (ou Pangeia Última), numa referência ao fenômeno geológico que já ocorreu outras vezes na história do planeta. De acordo com o estudo, o processo será resultado do movimento contínuo das placas tectônicas, que poderá levar à colisão e fusão dos continentes atualmente separados. A expectativa é de que essa nova formação continental ocorra em cerca de 250 milhões de anos, centrada na região onde hoje está o Oceano Pacífico, que está se fechando devido à subducção — quando uma placa tectônica desliza sob a outra.


Essa não será a primeira vez que a Terra abrigará um supercontinente. Há registros científicos de que estruturas similares já existiram pelo menos três vezes, com destaque para o Columbia (há cerca de 1,8 bilhão de anos), a Rodínia (entre 750 e 633 milhões de anos atrás) e a mais conhecida Pangeia, formada há aproximadamente 250 milhões de anos, na era Mesozoica. A fragmentação da Pangeia deu origem aos continentes atuais por meio de intensa atividade tectônica, calor acumulado sob a crosta terrestre e erupções de plumas de magma. A separação criou inicialmente dois grandes blocos: Laurásia, que originou América do Norte, Europa e Ásia, e Gondwana, berço da América do Sul, África, Austrália, Antártica e outras regiões.


A previsão de uma nova fusão continental não é apenas uma curiosidade geológica, mas levanta também questões importantes sobre as condições de vida no planeta. Segundo os cientistas, o ambiente no interior da Pangeia Proxima pode ser inóspito: temperaturas extremas, baixa umidade e clima severo podem desafiar a sobrevivência humana. A escolha do nome “Pangeia Última” também reflete essa visão sombria de um futuro em que os extremos ambientais serão regra, não exceção. O estudo mostra que, mesmo em escalas de tempo quase inimagináveis, a Terra continua em transformação — e os efeitos dessa dança silenciosa das placas tectônicas continuam moldando o destino do planeta.