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Petroleiros aprovam greve de 24 horas para 26 de março em defesa de direitos e melhores condições de trabalho

Os trabalhadores do Sistema Petrobras decidiram realizar uma greve de advertência de 24 horas na quarta-feira, 26 de março.

A paralisação foi aprovada pela maioria dos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e tem como principais pautas a manutenção da Remuneração Variável sem cortes, a defesa do teletrabalho e a reposição do efetivo de pessoal, que sofreu uma grande redução após a Operação Lava Jato. Segundo a FUP, a mobilização ocorre como resposta ao que classificam como uma postura autoritária da atual gestão da empresa, que estaria esvaziando os fóruns de negociação coletiva e ignorando as reivindicações da categoria. Além das questões salariais, os petroleiros também exigem melhores condições de trabalho e segurança para os prestadores de serviços, além da eliminação da escala 6×1, que impacta diretamente a qualidade de vida desses profissionais.


A FUP destaca que a Petrobras apresentou uma redução de 31% nos valores da Remuneração Variável em comparação aos montantes projetados em dezembro de 2023, ao mesmo tempo em que distribuiu 207% dos lucros aos acionistas. Para os trabalhadores, essa disparidade é inaceitável e reforça a necessidade da greve como instrumento de pressão. Outra preocupação central da categoria é a tentativa da empresa de impor mudanças no regime de teletrabalho sem negociação coletiva, o que motivou a exigência da suspensão imediata do novo cronograma da Petrobras para o modelo híbrido. Além disso, a categoria cobra uma solução definitiva para os déficits nos Planos de Previdência da Petros e a criação de um plano único e integrado de cargos, carreira e salários, garantindo progressões justas e valorização profissional.


A segurança dos trabalhadores também está no centro das reivindicações. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que, apenas em 2024, já foram registrados 731 acidentes no setor de óleo e gás, com 78 feridos graves e seis mortes. A greve também tem como pauta a retomada da produção de fertilizantes na unidade da Fafen-PR com segurança adequada. Mesmo com a paralisação aprovada, a Petrobras informou que conta com equipes de contingência para minimizar impactos, especialmente considerando o caráter temporário do movimento. Segundo a FUP, essa é uma greve de advertência, mas, caso as negociações não avancem, novas mobilizações podem ser convocadas nos próximos meses.