Por que e até quando? Salas modulares são mesmo boas opções?
Em Rio Verde, elas ocupam quadras esportivas enquanto alunos fazem exercícios debaixo de tendas e as reclamações não param por aí.

O que era pra ser uma medida paliativa a cada dia mais parece se tornar permanente. A ideia das salas modulares até pode parecer boa para expandir o número de vagas oferecidas pelo município de Rio
Verde, mas professores e alunos reclamam desse modelo, especialmente porque as
bases estão ocupando áreas como quadra de esportes.
Na
escola Escola Municipal de Ensino Fundamental Olinda Ataydes, na Vila Olinda,
uma tenda foi montada no pátio da escola para as aulas de educação física
porque na quadra não tem nenhum espaço para os alunos. Quem está diariamente perto
do problema não aguenta mais.
“Não tem condições, à tarde com o sol a temperatura chega a uns 40º C debaixo dessa tenda. Tô pertinho de chutar o balde”, reclamou um professor.
E bastar olhar a imagem para entender as reclamações. As brincadeiras na quadra agora estão só na lembrança de uma das alunas. “Ficou ruim, o espaço da tenda é muito pequeno. Eu prefiro atividades na quadra”, contou a estudante.
Outro
professor garante que na escola onde trabalha, não viu nenhuma parede sendo
levantada até agora para uma reforma estrutural. Mas pense bem...as salas modulares podem
ser usadas como justificativas para que o município não reforme as escolas ou
até construa outras?
“Todas essas escolas trabalham na base do improviso. Isso é claro! Não
é uma coisa paliativa, eles estão acomodados”, reclamou.
Um terceiro professor disse ao
OG que se faltam opções de lazer, sobra desconforto e desinteresse dos alunos.
“As escolas já têm pouca estrutura em relação à área lazer e a
disciplina de educação física fica prejudicada diretamente. O professor fica
com as mãos atadas porque não tem pra onde levar os alunos para as aulas
práticas”.
Além de todos os problemas já
citados, as salas modulares foram colocadas há mais de um ano e todo mundo sabe
que o material não tem resistência e que a deterioração delas é bem mais rápida.
E o custo disso? Fica pra quem?
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosalina Borges o problema se repete. Se antes já não dava pra ver as linhas das quadras, agora nem a quadra.
Assim, como nas escolas municipais, o Estado aderiu ao modelo das salas modulares. No Colégio Estadual Do Sol, no centro de Rio Verde, a quadra também foi ocupada. O espaço há muitos anos precisava de reformas, manutenção, mas ainda assim era o local apropriado para a prática de atividades físicas. "Houve um tempão de pandemia, por isso não estava tendo aulas na quadra, mas em pouco tempo voltaremos a ter atividades coletivas, não acredito que estes containers saiam daí logo cedo", disse um educador.
Vale lembrar que o ano letivo já está se encerrando, mas que a reflexão é importante até mesmo para o próximo semestre que não demora a começar.
A Subsecretaria Estadual de Educação de Rio Verde disse: "A única escola que colocamos ‘conteiner’ que colocamos no pátio foi o colégio Abel Pereira de Castro porque estamos começando a reforma da escola [...] o colégio do Sol também começa uma reforma e por isso tem uma sala modular lá, mas a escola é muito grande e a sala está numa área que não ocupa nada dentro da escola, que não atrapalha e o Martins Borges vai colocar numa área de estacionamento que não atrapalha. São as únicas escolas que estão nessa situação por questões de reforma.” Agora a pergunta que fica é: em quase dois anos de pandemia, não houve tempo hábil para estas reformas?
A Prefeitura de Rio Verde não nos respondeu.