Presidente da Petrobras reforça defesa da exploração de petróleo na Foz do Amazonas
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reafirmou nesta segunda-feira (17) a importância da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, defendendo que a estatal tem capacidade para realizar o projeto sem impactos ambientais.

Em evento no Rio de Janeiro, ela destacou que, caso a licença seja aprovada, o Amapá contará com o mais avançado aparato de resposta a emergências já visto no mundo. A defesa da exploração ocorre em meio à pressão para que o Ibama libere a perfuração de um poço exploratório na região, uma medida considerada urgente pela Petrobras para repor as reservas do país, que podem entrar em declínio já na próxima década.
O tema ganhou força no governo federal após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Amapá na semana passada, quando criticou a demora na avaliação da licença e classificou a situação como “lenga lenga”. Nesta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também cobrou celeridade no processo, afirmando que o Brasil precisa “virar a chave” sobre a exploração na margem equatorial. Ele argumentou que a Petrobras já entregou toda a documentação necessária ao Ibama e que a produção de petróleo deve continuar enquanto houver demanda global. Além disso, Silveira sugeriu que as reservas na região podem ser até maiores do que as do pré-sal, citando o crescimento econômico dos países vizinhos que já exploram petróleo.
A pressão política sobre o Ibama gerou descontentamento entre técnicos do órgão e dentro do Ministério do Meio Ambiente, que vê a interferência como uma tentativa de acelerar o processo sem a devida análise técnica. Enquanto a Petrobras e a ala energética do governo defendem a exploração como essencial para compensar a futura queda da produção do pré-sal e financiar a transição energética do país, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mantém a posição de que apenas um parecer técnico pode determinar a viabilidade ambiental do projeto. O impasse coloca em evidência o desafio do governo em equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade.