Semana de quatro dias mostra resultados positivos no Reino Unido e ganha força como modelo de trabalho

Um experimento conduzido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, Universidade de Salford e Boston College testou o novo formato em 61 empresas britânicas de diversos setores durante um período de seis meses. O objetivo foi avaliar os impactos da redução da carga horária sem diminuição salarial, e os resultados surpreenderam positivamente tanto gestores quanto colaboradores. A maioria das empresas participantes optou por manter a mudança de forma permanente após o fim da pesquisa, diante dos benefícios operacionais e humanos observados.

Entre os principais ganhos relatados estão a redução significativa nos casos de esgotamento profissional (burnout), queda nas faltas por motivos de saúde e diminuição nos pedidos de demissão — fatores que demonstram maior satisfação no ambiente de trabalho. Além disso, houve aumento na receita das empresas, mesmo com a diminuição da carga horária, e melhorias no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os colaboradores relataram sentir-se mais engajados, produtivos e felizes, e muitas companhias observaram maior colaboração interna e mais flexibilidade na tomada de decisões, fortalecendo a relação entre equipes e lideranças.

Apesar do sucesso, a implementação do modelo 4x3 ainda enfrenta desafios, principalmente na adaptação ao mercado tradicional. Algumas empresas relataram dificuldades em sincronizar suas rotinas com clientes e parceiros que mantêm a semana de cinco dias. Ainda assim, o experimento reforça uma tendência global de repensar a forma como o trabalho é organizado, colocando o bem-estar dos trabalhadores como elemento central para o crescimento sustentável. A experiência britânica pode servir de inspiração para outros países — inclusive o Brasil — que começam a discutir com mais seriedade modelos de jornada mais flexíveis e humanos.