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Usinas de cana- de- açúcar aquecem economia de Quirinópolis e geram oportunidades aos moradores

Município goiano aumenta arrecadação em 400% em pouco mais de uma década, e com isso abre oportunidades para qualificação profissional.

    Com a chegada de duas usinas de cana-de-açúcar em Quirinópolis, o município do interior do Estado de Goiás passou a arrecadar quatro vezes mais no período de dez anos. Segundo dados do IBGE, no ano de 2004, o município goiano tinha pouco de mais de 37 mil habitantes e arrecadava pouco mais de R$ 3 milhões em tributos municipais. Os moradores da cidade,  principalmente os produtores rurais, encararam uma mudança de hábito significativa, porque até 2005 a principal fonte de renda era o cultivo de soja, milho, gado leiteiro e de corte. Não havia lavouras de cana- de- açúcar em Quirinópolis.


    O trabalho de instalação da primeira usina de cana-de-açúcar começou com a preparação das terras da Fazenda São Francisco II. Em paralelo, iniciou-se um amplo processo de seleção e treinamento de pessoal da usina, inaugurada em 2007. A partir disso a arrecadação de impostos saltou para quase R$ 9 milhões de reais.

    Porém para se ter mão de obra era preciso importar de outros estados. A consolidação de parcerias com instituições de ensino da região foi a solução adotada para formar novos profissionais. Cursos técnicos e de graduação foram abertos na cidade como: Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Faculdade de Quirinópolis (FAQUI ), Centro de Ciências, Cultura e Tecnologia (CCETEC ), Instituto Mix, que juntas oferecem formação de qualidade para suprir a intensa demanda da região. A assessoria de comunicação da Faculdade Quirinópolis afirma que parte desses cursos são realizados em parceria com as usinas que operam no município. Os cursos oferecidos, tanto de nível superior, quanto técnico, estão voltados ao universo sucroenergético como mecânico e lubrificação, instrumentação, técnico em laboratório, química, administração de empresas, enfermagem, açúcar e álcool.

“Antes das usinas chegarem a Quirinópolis não havia opções de cursos, se quisesse cursar algum outro curso que não seja bacharel para ir para sala de aula ser professor, tinha que ir para Rio Verde, cidade há 120 km daqui, com a chegada delas, as faculdades foram abrindo novos cursos, tanto de graduação, quanto tecnólogo”, afirmou Lucas Ferreira, estudante de agronomia.

    Outro projeto bem sucedido em Quirinópolis é o Programa de Treinamento e Contratação de Jovens Aprendizes, em parceria com a Brigada Mirim para integrar o quadro de profissionais da empresa. Os jovens recebem treinamentos práticos e teóricos ministrados pelas instituições. O sonho do primeiro emprego é real para esses jovens. Várias cidades além de Quirinópolis e Cachoeira Dourada são beneficiadas com a geração de empregos: Itumbiara, Inaciolândia, Gouvelândia, Santa Helena, São Simão e outras cidades goianas. 

    Com a demanda aquecida, profissionais de outros estados também estão migrando para a região. Empresários enxergam agora mais oportunidades de crescimento na cidade; com terras férteis e com um clima propício a produção de cana-de-açúcar. Assim, chegou à segunda usina em Quirinópolis inaugurada em 2008. A Usina Boa Vista, atualmente, é considerada uma das mais modernas do mundo por sua avançada tecnologia para a produção de etanol. Com colheita 100% mecanizada, que não promove a queima da cana-de-açúcar para a sua extração, a usina foi a pioneira no Brasil em combinar práticas modernas e sustentáveis, tanto nas  operações quanto com as comunidades da região.

O crescimento da indústria trouxe outras empresas de pequeno porte que também gerou emprego para a população, e a infra-estrutura do município foi modernizada para acompanhar esse crescimento.

No período de pouco mais de 10 anos, o município de Quirinópolis, no sudoeste do Estado de Goiás, passou de 37.659 mil habitantes em 2004 para 47.950 mil habitantes em 2016, segundo dados do IBGE.