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Livro não é coisa de elite, muito menos deve ser taxado

Após discussões sobre a nova reforma tributária, Paulo Guedes disse que livro é coisa de elite.

Imagem: Internet

O Governo Federal está trabalhando em uma reforma tributária que pode afetar diversos produtos importantes para o brasileiro. Um destes é o livro, peça fundamental das escolas, dos lares, das ruas, dos presentes, das bolsas e até dos bolsos de quem vive na correria.

A nova Contribuição Social sobre Operações de Bens e Serviços (CBS) vai substituir as contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para os programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Essa mudança acaba com a isenção e taxa o livro em 12%.

Segundo Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, livro é coisa da elite, por isso deve ser taxado. Na visão do economista, a leitura não é hábito dos pobres, que pouco se interessam por isso.

É só dar uma olhada nos sites das maiores livrarias para ver que os preços dos livros variam entre R$ 35 e R$ 50; os mais populares. Não que seja justificativa para não se ter o hábito da leitura, mas quando não se tem nem dinheiro para um saco de arroz, o livro passa a ser algo supérfluo, diante da fome.

“Repudiamos esse pensamento retrógrado, alinhado a práticas dos regimes mais nocivos da humanidade, incluindo a queima de milhares de volumes. A triste chama não pode incinerar a memória dos povos. É preciso aprender com a história”, diz o presidente da União Brasileira de Escritores, Ricardo Ramos Filho, em um manifesto contra a tributação de livros.

Taxe o caviar, taxe o carro de luxo, taxe as grifes, mas não impeça o povo de acessar um dos poucos meios saudáveis de fugir desse mundo. Coisa de elite é condomínio fechado, é segurança privada, restaurante de luxo, é desconhecer totalmente a realidade do povo brasileiro.