Juiz denunciado por desvios de dinheiro na atuou na comarca de Rio Verde
Magistrado está afastado e defesa afirma que ele foi vítima dos criminosos.

O juiz Levine Raja Gabaglia Artiaga, que é um dos 19 denunciados por formar uma organização criminosa que desviou R$ 18 milhões por meio de decisões fraudulentas enquanto era magistrado na Comarca de Corumbá de Goiás já atuou na comarca de Rio Verde e ministrou aulas em uma universidade do município.
Ele passou pela cidade há mais de 10 anos. Além disso, Artiaga já foi 2º presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO).
O juiz também se envolveu em polêmica quando substituiu o colega Oscar de Oliveira Sá Neto, na 3ª Vara de Execuções Penais da capital e autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. À época o magistrado também permitiu que o contraventor pudesse realizar viagens a trabalho.
Denúncias
Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), uma das decisões após investigação está relacionada à falsa comprovação de paternidade socioafetiva pós-morte de uma apresentadora de TV, Eucrídia Luzia Barbosa da Silva.
Dos 19 denunciados, dois estão presos (um em unidade prisional comum e outro em presídio militar, por outros crimes). O MP não pediu a prisão dos demais porque as investigações não revelaram “pressupostos exigidos em lei” para essa medida.
Segundo o MP, só nesse processo de paternidade o grupo conseguiu R$ 2,4 milhões. Na decisão, o órgão explica que o grupo encontrou dados de um francês que havia morado no Brasil, mas já havia falecido e tinha esse dinheiro em espólio.
As investigações apontam que o grupo se organizou criando documentos falsos e entrando com um processo na Justiça, pela Comarca em que Levine atuava, para que Eucrídia fosse reconhecida como “filha” da vítima. O MP apurou que, em troca de ficar com parte do dinheiro, o magistrado determinou o bloqueio dos bens e a transferência.