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Polícia prende procurador da Alego e mais quatro por fraude tributária de R$ 54 milhões

Um procurador da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) está entre os presos na segunda fase da Operação Prince John, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (20), que investiga um sofisticado esquema de fraudes tributárias e corrupção envolvendo servidores públicos e profissionais liberais.

Junto a ele, foram presos um auditor fiscal da Secretaria da Economia, uma tabeliã e seu marido, além de um advogado de Goiânia. A investigação aponta que o grupo movimentou, em cinco anos, cerca de R$ 350 milhões em contas fiscais e jurídicas, sendo R$ 54 milhões em transações diretas entre os investigados. No total, mais de R$ 5,3 milhões foram sequestrados pela Justiça, incluindo R$ 190 mil apreendidos na casa do procurador.


De acordo com o delegado Bruno Barros Ferreira, responsável pela apuração, os investigados se aproveitavam do acesso a dados sigilosos da Receita Estadual para identificar e cooptar possíveis vítimas, oferecendo serviços de “assessoria tributária” que, na prática, envolviam fraudes fiscais e manipulação de informações. Apesar da primeira fase da operação ter resultado na prisão temporária de quatro envolvidos em setembro de 2024, o grupo continuou operando, o que evidenciou um esquema ainda mais robusto e sofisticado do que o inicialmente identificado. “Naquela época, acreditava-se em algo mais pontual, mas hoje temos a dimensão de uma rede estruturada que lesou inúmeras vítimas ao longo dos anos”, explicou o delegado.


A investigação já identificou pelo menos 15 vítimas, sendo que uma delas relatou um prejuízo superior a R$ 17 milhões. A atuação do grupo envolvia uso de documentos falsificados, desvio de tributos devidos e lavagem de dinheiro, com a participação direta de agentes públicos e pessoas com influência no meio jurídico e cartorário. A Polícia Civil segue apurando a totalidade dos crimes e reforça que novas prisões e apreensões ainda podem ocorrer.